(Pós)memória e construção de identidade em dois romances brasileiros atuais sobre a ditadura

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DOI:

https://doi.org/10.35588/ayr.v7i1.7152

Palavras-chave:

ditadura, (pós)memória, identidade, tempo, romances brasileiros contemporâneos

Resumo

Este artigo examina diferentes elaborações da memória e, por meio delas, da identidade pessoal e nacional em romances brasileiros contemporâneos sobre a ditadura. Inscritos no importante corpus de textos que, desde 2014, revitalizaram e reelaboraram criticamente visões da ditadura brasileira, os romances Ainda estou aqui, de Marcelo Rubens Paiva (2015), e A resistência, de Julián Fuks (2015), são aqui analisados, discutindo as complexidades da reconstrução da memória histórica e pessoal, bem como o impacto do passado traumático na identidade atual. Para isso, propõe-se uma leitura comparativa, integrando e discutindo conceitos fundamentais para esse olhar crítico, como memória (Jelin. 2002), pós-memória (Hirsh, 2012) e antimonumento (Seligmann-Silva, 2003). Analisamos os artifícios e recursos literários utilizados nesses romances - particularmente a tensão entre o discurso da memória em si e a reconstrução da identidade por meio da busca de compreensão do outro - para configurar uma memória que é tanto pessoal e subjetiva quanto nacional e histórica.

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Publicado

2025-06-28

Edição

Secção

Artigos

Como Citar

Rebolledo Dujisin, M. (2025). (Pós)memória e construção de identidade em dois romances brasileiros atuais sobre a ditadura. Arboles Y Rizomas, 7(1), 61-73. https://doi.org/10.35588/ayr.v7i1.7152