Racializando reflexões sobre inglês como língua franca: literaturas de autoria negra por uma educação linguística decolonial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35588/ayr.v7i1.7260

Palavras-chave:

raça, lingua franca, decolonialidade, educação linguística, literatura

Resumo

Neste artigo, escrevo a partir do lugar de docente de estágio supervisionado de inglês, em que busco não ratificar a noção de inglês como língua franca conforme a BNCC (Ministério da Educação, 2018) e elejo uma tônica racial para a discussão sobre ele com o suporte de teorias e de textos literários de autoria negra. Para isso, primo por praxiologias (Pessoa et al., 2021) desviantes de ideologias monoglóssicas (García et al., 2017), atentas aos limites inventados entre as línguas (Makoni, 2003) e voltadas a práticas translíngues em sala de aula (García et al., 2017). Em termos metodológicos, analiso, sob o crivo da pesquisa bibliográfica (Paiva, 2019), configurações teóricas sobre língua franca (Jenkins, 2009; Ministério da Educação, 2018; Rosa et al., 2023), problematizando possíveis hegemonias relacionadas a ela (Hsu, 2015); e reflito, autoetnograficamente (Hughes e Pennington, 2017; Pereira, 2020), sobre planos de aula que elaborei para aulas de Estágio Supervisionado que ministrei, em que a literatura de autoria negra figura como uma alternativa para pensar ensino de línguas a partir de propostas afinadas com uma pedagogia decolonial (Oliveira, 2018; Walsh, 2018; Mota-Pereira, 2022, 2024; Monteiro, 2023) com uma atitude crítica em relação ao(s) inglês(es).

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Publicado

2025-06-28

Edição

Secção

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Como Citar

Mota-Pereira, F. (2025). Racializando reflexões sobre inglês como língua franca: literaturas de autoria negra por uma educação linguística decolonial. Arboles Y Rizomas, 7(1), 196-208. https://doi.org/10.35588/ayr.v7i1.7260