Inglês como língua franca e Pedagogia Crítica de Línguas: caminhos para a descolonização do ILF
DOI:
https://doi.org/10.35588/ayr.v7i1.7267Palavras-chave:
Inglês como língua franca, Pedagogia crítica de línguas, Ensino de língua inglesa, (de)colonialidadeResumo
O inglês é a língua global da contemporaneidade. Sua expansão pelo mundo, interpretada de diferentes maneiras, pode ser atribuída a diversos fatores, sendo o colonialismo talvez o mais historicamente significativo. Atrelado a isso, emerge o Ensino de Língua Inglesa (ELI), uma indústria multibilionária cujas origens também remontam ao colonialismo. Dentre as interpretações desse fenômeno expansionista, destaca-se o Inglês como Língua Franca (ILF), uma zona transcultural de poder que, por suas características próprias, pode fomentar diálogos capazes de desafiar os modelos tradicionais de ELI, expondo suas raízes (neo)coloniais. Neste artigo, proponho um diálogo entre o ILF e a Pedagogia Crítica de Línguas (PCL), abordagem que entende o ensino de línguas adicionais como um instrumento de justiça social. Argumento que, tanto as práticas diárias dos professores quanto a formação docente desempenham um papel essencial no questionamento dos fundamentos históricos do ELI no Norte Global, promovendo a pluralidade epistêmica e outras possibilidades transformadoras nas salas de aula de inglês. Por fim, as reflexões aqui apresentadas se fundamentam no movimento “ILF feito no Brasil”, concebido por acadêmicos brasileiros que buscam integrar uma abordagem política e decolonial à pesquisa sobre ILF, visando legitimar a produção de conhecimento baseada nas experiências do Sul Global.
Downloads
Referências
Anjum, S., & Shah, W. A. (2024). Negotiating local linguistic and epistemic realities through critical language pedagogy (CLP) in Pakistan. Pedagogy, Culture & Society, 1-21. https://doi.org/10.1080/14681366.2024.2367625
Bernardino-Costa, J., e Grosfoguel, R. (2016). Decolonialidade e perspectiva negra (Decoloniality and black perspective). Revista Sociedade e Estado, 31(1), 15-24.
Brutt-Griffler, J. (2002). World English: A study of its development. Multilingual Matters.
Cogo, A. (2015). English as a lingua franca: Descriptions, Domains and Applications. In H. Bowles, & A. Cogo (Eds.). International perspectives on English as a lingua franca: pedagogical insights (pp. 1-12). Palgrave Macmillan.
Cogo, A., Crookes, G. V., & Siqueira, S. (2023). English for a critical mind: Language pedagogy for social justice. Delta/Klett.
Crookes, G. V. (2013). Critical ELT in Action – Foundations, Promises, Praxis. Routledge.
Crookes, G. V. (2021). Critical language pedagogy: An introduction to principles and values. ELT Journal, 75(3), 247–255.
Duboc, A. P. M., & Siqueira, S. (2020). “ELF feito no Brasil”: expanding theoretical notions, reframing educational policies. Status Quaestonis, 19, 297-331.
Duboc, A. P. M. (2023). Thinking ELT otherwise: Lessons from decoloniality. In V. Tavares (Ed.). Social justice, decoloniality, and Southern epistemologies within language education – Theories, knowledges, and practices on TESOL from Brazil (pp. 129-144). Routledge.
Freire, P. (1970). Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra.
Grosfoguel, R. (2008). Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: Transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, 80, 115-147. https://doi.org/10.4000/rccs.697
hooks, b. (1994). Teaching to transgress – Education as the practice of freedom. Routledge.
Jenkins, J. (2007). English as a lingua franca: attitude and identity. Oxford University Press.
Jordão, C. M. (2023). A case for ELF feito no Brasil. ELTJournal, 77(3), 348-356.
Kachru, B. B. (1985). Standards, codification and sociolinguistic realism: the English language in the outer circle. In R. Quirk, & H. Widdowson (Eds.), English in the world: teaching and learning and literatures (pp. 11-30). Cambridge University Press.
Kumaravadivelu, B. (2016). The decolonial option in English teaching: can the subaltern act? Tesol Quarterly, 50(1), 66-85.
Loomba, A. (1998). Colonialism/postcolonialism. Routledge.
Maldonado-Torres, N. (2010). On the decoloniality of being – contributions to the development of a concept. In W. D. Mignolo, & A. Escobar. (Eds.), Globalization and the Decolonial Option (pp. 94-124). Routledge.
McKay, S. L., & Bokhorst-Heng, W. D. (2008). International English and its sociolinguistic contexts – Towards a socially sensitive EIL pedagogy. Routledge.
Menezes de Souza, L. M. T. (2019). Decolonial pedagogies, multilingualism and literacies. Multilingual Margins, 6(1), 9-13.
Mignolo, W. D. (2000). Local histories/global designs - Coloniality, subaltern knowledges, and border thinking. Princeton University Press.
Ministério da Educação. (2017). Base Nacional Comum Curricular (Brazilian National Common Curriculum). https://basenacionalcomum.mec.gov.br/
Morán Panero, S. (2024). Metalanguaging ELF: The transformational power of students’ critical dialogic talk. In S. Morán Panero, M. M. Martínez-Sánchez, & G. J. Ronzón-Montiel (Eds.), English as a lingua franca in Latin American Education: Critical Perspectives (pp. 91.124). De Gruyter Mouton.
Mufwene, S. (2010). Globalization and the spread of English: what does it mean to be Anglophone? English Today, 26(1), 57-59.
Ortaçtepe, H. D. (2023). Social justice and the language classroom: Reflection, action, and transformation. Edinburgh University Press.
Ostler, N. (2010). The last lingua franca: English until de return of Babel. Walker & Company.
Pennycook, A. (1998). English and the discourse of colonialism. Routledge.
Pennycook, A. (2007). ELT and colonialism. In J. Cummins & C. Davison (Eds.), International Handbook of English Language Teaching (pp. 13-24). Springer.
Phillipson, R. (1992). Linguistic Imperialism. Oxford University Press.
Quijano, A. (2007). Coloniality and Modernity/Rationality. Cultural Studies, 21(2-3), 168-178. http://dx.doi.org/10.1080/09502380601164353
Quijano, A., & Ennis, M. (2000). Coloniality of Power, Eurocentrism, and Latin America. Nepantla: Views from South 1(3), 533-580.https://muse.jhu.edu/article/23906
Rosa, G. da C., & Duboc, A. P. M. (2022). Analyzing the concept and field of inquiry of English as a Lingua Franca from a decolonial perspective. Íkala, Revista de Lenguaje y Cultura, 27(3), 840-857.
Rajagopalan, K. (2003). Por uma linguística crítica – Linguagem, identidade e a questão ética. Parábola Editorial.
Rajagopalan, K. (2004). The concept of ‘World English’ and its implications for ELT. ELT Journal, 58(2), 111-117.
Rajagopalan, K. (2005). A geopolítica da língua inglesa e seus reflexos no Brasil – Por uma política prudente e propositiva. In Y. Lacoste, & K. Rajagopalan, K. (Eds.), A geopolítica do inglês (pp. 135.159). Parábola Editorial.
Seidlhofer, B. (2011). Understanding English as a Lingua Franca. Oxford University Press.
Sifakis, N. C., & Tsantila, N. (2019). Introduction. In N. C. Sifakis, & N. Tsantila (Eds.), English as a lingua franca for EFL contexts (pp. 1-13). Multilingual Matters.
Siqueira, S. (2018). Inglês como língua franca não é zona neutra, é zona transcultural de poder: por uma descolonização de concepções, práticas e atitudes. Línguas & Letras, 19(44), 93-113.
Siqueira, S. (2025). É possível descolonizar o conteúdo dos materiais didáticos de língua inglesa? Ação na reflexão. Revista Paraguaçu – Estudos Linguísticos e Literários, 2(1), 83-110.
Sousa Santos, B. de. (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos Estudos, 79, 71-94.
Tharoor, S. (2016). Inglorious Empire – What the British did to India. Scribe Publications.
Thiong’o, N. W. (2012). The challenge – Ndaraca ya Thiomi: Languages as bridges. In V. Rapatahana, & P. Bunce (Eds.), English language as Hydra – Its impact on non-English language cultures (pp. 11-17). Multilingual Matters.
Tochon, F. V. (2019). Decolonizing world language education – Toward Multilingualism. In D. Macedo (Ed.), Decolonizing Foreign Language Education: the Misteaching of English and Other Colonial Languages (pp. 264-281). Routledge.
Downloads
Publicado
Edição
Secção
Licença
Direitos de Autor (c) 2025 Domingos Sávio Pimentel Siqueira

Este trabalho encontra-se publicado com a Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.