O abolicionismo em Maria Firmina dos Reis em Úrsula e A Escrava
DOI:
https://doi.org/10.35588/ayr.v6i1.6689Palavras-chave:
Maria Firmina dos Reis, pensamento abolicionista, literatura, Úrsula, A escravaResumo
Este artigo estuda o pensamento de Maria Firmina dos Reis, por meio de sua literatura em prosa, sobre o sistema escravocrata brasileiro. Foram escolhidas as obras Úrsula [1859] e A escrava [1887], nas quais apenas os personagens Túlio e Susana, do primeiro texto, e a protagonista, Joana e Gabriel, do segundo, e os narradores, são objeto de análise. O objetivo é observar nestes dois textos, seus posicionamentos em relação à escravidão, que podem estar ligados ao pensamento do escritor, uma vez que a escrita de uma obra revela intenções e tendências. Como resultados, observa-se que os narradores fazem juízo de valor sobre a escravidão; assim como as personagens, que, especialmente por meio dos diálogos, expõem como funcionava essa prática. Os achados indicam uma ação abolicionista de Firmina ao denunciar a violência contra os escravizados, sua animalização e objetificação. Também ao questionar o sistema escravista e redefinir quem eram os bárbaros. Dessa forma, entende-se que, para a escritora, a escravidão era indefensável. Além disso, o tema da liberdade, acredita-se, é um fator indispensável para a compreensão do pensamento de Firmina, que visualizava essa condição para além da manumissão.
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